segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Participe!

21 de setembro é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer

Diagnóstico Alzheimer

Caso tenha recebido em sua família esse diagnóstico, não se desespere. Existe no Brasil todo, grupos de apoio que poderão te ajudar a conhecer melhor sobre o Alzheimer e livros que falam do assunto.
Eu sei que no principio você vai ficar sem chão, mas tudo na vida passa. Levante a cabeça, sacode a poeira, pois tem muito a fazer. Mantenha a calma sempre, se você ficar nervosa, vai ser pior para seu ente querido. Encare isso como uma missão e não como um castigo para você.
No avançar da doença, este seu parente não vai te conhecer, não vai comer sozinho, não vai fazer sua higiene pessoal, enfim vai ficar totalmente dependente. Sei bem o que você está sentindo, minha mãe faleceu a 1 ano e 5 meses com a doença de Alzheimer que durou 8 anos passando pelas 3 fases. Divida essa responsabilidade com alguém de sua família, se ninguém quiser te ajudar não tem problema, você vai ficar cansada, mas não vai morrer por causa disso.
Faça um planejamento de sua vida, de horários para você sair, sendo de manhã ou à tarde. Cuide de sua saúde, vá a seu médico a um salão de beleza. Você tem de estar bem para cuidar do seu familiar. Não se sinta culpada de querer sair e curtir a sua vida e ninguém tem o direito de te impedir disso ou te dizer: “é tudo quando pode”.
Agora, o mais importante é você saber que você não está sozinha ou sozinho.

Um abraço grande da
Filha do Alzheimer

domingo, 3 de abril de 2011

O passo a passo do banho de uma idosa com Alzheimer

Amanhecia o dia e eu levava para o banho duas compressas para o campo cirúrgico, para quem não sabe, são dois panos tipo fralda que se usa no hospital para dar banho em doentes. Isso é comprado em loja de material cirúrgico, um pacote com 50 unidades hoje esta no valor de 70 reais, mas vale a pena por não machucar o doente. Duas luvas cirúrgicas, o sabonete líquido, o rodo e o pano de chão. Eu colocava minha bota plástica, um short, uma toca na cabeça e o banho estava pronto. Eu e o Paulo tirávamos minha mãe da cama hospitalar, levávamos sua cadeira higiênica até perto de sua cama. Ainda no leito tirávamos toda sua roupa e sua fralda, sua roupa de cama sempre estava molhada de urina. A fralda eu colocava em uma sacola plástica que já estava no quarto e a roupa suja em um balde. Cobria-a com sua toalha de banho e levávamos na cadeira higiênica para o banho, a mesma era encaixada no vaso sanitário e eu usava o chuveirinho para banhar ,minha mãe. Colocava primeiro a luva, lavava sua cabeça com shampoo e pegava a compressa. Passava sabonete líquido descendo pelas suas pernas, sempre molhando com água do chuveirinho, por ultimo eu limpava suas partes íntimas, ainda com o primeiro pano. Depois eu jogava fora o primeiro pano e usava o limpo para ela ficar bem higienizada. O banho não demorava muito, pois não tinha essa necessidade, eu a secava ainda no banheiro e sempre sentadana cadeira higiênica. A levávamos de volta para o quarto, colocávamos na cama novamente, para eu acabar de enxuga-lá. Em seguida passava hidratante em seu corpo e de baixo de seus seios e depois de muito secar eu passava polvilho anti-séptico para proteger essa área do corpo. Sua higiêne bucal era feita da seguinte forma: eu pegava uma gaze e molhava no anti-séptico bocal sem álcool exprimia e enrolava no meu dedo e ia limpando sua boca. Depois colocava seu pijama, a tirávamos da cama e a colocávamos na cadeira de rodas. Nós mumca demos banho na minha mãe mo leito, nada como um banho de chuveirinho, era uma forma de mexer mais com seu corpo evitando assim, as iscárias.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O dia-a-dia de uma cuidadora

Meu nome é Denise Louenço da Silva, tenho 47 anos e sou casada com o Paulo Cezar, 65 anos. Vou contar como era meu dia-a-dia de cuidadora de minha mãe com Alzheimer durante 8 anos.
Começava às 8 horas da manhã, eu e o Paulo a tirávamos da cama, colocávamos na cadeira higiênica e levávamos para o banheiro. Neste quarto onde ela ficava tinha 2 camas, uma dela e a outra onde o Paulo dormia e tomava conta e a virava durante a noite. Eu não dormia com ela, pois não tinha empregada nem cuidadora e no outro dia tinha minhas obrigações domesticas e os cuidados com minha mãe.
Depois do banho, passando sempre em seu corpo um hidratante alternando com óleo de girassol de supermercado, aquele usado em cozinha. Tinha um separado só para ela.
Colocávamos na cadeira de roda e eu a levava para o cômodo da casa em que eu estivesse. Todo dia, eu a dava um mamão papaia e depois uma papinha de café com leite e pão. Às 11:30 era o almoço, como ela não tinha problemas de saúde, comia de tudo. Mesmo ela não lembrando o que gostava de comer, eu procurava fazer, e sempre conversando, pois a mesma era um pouco lúcida.
Às 15:00 era hora de uma vitamina de frutas, sempre variando, e durante todo dia, muita água e suco. Às 17:00 outra papinha de café com leite e pão. Às 19:30 era a última refeição do dia que consistia numa sopinha variada. Fazíamos sua higiene bucal, sua medicação e às 21:00 ela estava pronta para dormir.
A doença avançou muito rápido, um dia tive de interná-la para colocação de uma sonda gástrica, pois ela já não comia mais e estava engasgando. O processo para mim foi muito tranquilo, a alimentação era comprada e introduzida na sonda por meio de equipo, nisso sua cama foi trocada pela hospitalar, pois ela já estava completamente dependente. Mesmo nessas condições, nós sempre a tirávamos da cama e a colocávamos na cadeira de rodas para evitar machucados e descansar do leito.
Deixo um apelo para todos os familiares que tenham doentes dependentes com alzheimer ou não, valorizem seus cuidadores, eles estão ali para fazerem o melhor. Aceitem suas sugestões, eu garanto que o que eles não souberem vão procurar aprender com o médico de seu familiar.

Abraço a todos,
Denise