domingo, 9 de maio de 2010

A família!

A reação de minha familia, em relação a doença da minha mãe, foi indeferente, ninguêm perguntou como seria apartir daquela data, o que era Alzheimer. Quem seria responsavel legalmente por ela, se alguem iria ajudar financeiramente. Eu automaticamente fiz tudo, contratei um advogado para eu ter a tutela e ser responsavel legalmente sobre ela. Fiquei um ano com o meu neurologista. Como eu não estava gostando dele, uma amiga a Mercesinha , me indicou o seu medico que é geriatra e minha mãe passou a ser a sua paciente. Ele me explicou sobre a doença de Alzheimer. Me deu livros, panfletos e me falou sobre a ABRAZ. Associação Brasileira de Alzheimer. No começo foi muito assustador, mudei com minha mãe para outro bairro. Onde eu tinha uma casa alugada, e começou todo o processo da doença.Era só eu e meu marido para olha-la, nós dois não tinhamos vida própria. Tudo que tinhamos que resolver na cidade na parte da manhã, Era ele e na parte da tarde era eu para ter sempre um na casa por conta da minha mãe. Eu não tinha ajudante, porque o dinheiro não dava para pagar. Os filhos homens não a visitaram, Os netos não visitaram, telefonaram, ninguêm sabia como ela estava. Se estava sendo bem tratada ou não, o meu marido passou a dormir no quarto com minha mãe. Para vigia-la e para vira-la de madrugada na cama, para não dar feridas no corpo. Eu dormia sozinha no nosso quarto, porque no outro dia além dos cuidados com ela, eu tinha que lavar, passar, cozinhar. Meu marido deu para minha mãe o amor que faltou nos filhos, agora vôces podem estar perguntando. Ela foi uma mãe ruim? Ela maltratou os filhos? Não, ela ajudou muito, principalmente os filhos homens. E como ajudou e quando ela mais precisou da presença deles, eles viraram as costas; vôces conhecem a lei do retorno. Coitados já estão pagando sem saber.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A filha do alzheimer!

A senhora Silva sempre foi uma pessoa dinâmica, resolvia sua vida sozinha sem dar satisfações. Ao ir ao centro da cidade fazer compras como de costume, não soube como voltar para casa. Esse fato ocorreu duas vezes. Ao lembrar do ocorrido, comentou com sua vizinha Jujú e pediu a mesma para não falar com sua filha. Mas ela achou grave a situação e contou. Sua filha então, ligou para sua tia carioca e a mesma veio a cidade pronta para levar sua irmã ao neurologista. Foram ao médico a Senhora Silva, sua irmã e sua filha mais velha. Regressando da consulta a filha mais nova então perguntou a tia como fora a consulta e a mesma começou a chorar e disse-lhe: Sua mãe perderá sua identidade. A partir daquele dia, eu passei a ser não a filha da Senhora Silva, mas a filha do Alzheimer.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

" Não apenas uma história, uma realidade"

Na cidade de Juiz de Fora em 16 de janeiro de 2002, foi diagnosticado na senhora Silva a doença de alzheimer. A senhora Silva tinha 5 filhos, como sempre só uma filha tomou a responsbilidade de olha-la. Com o passar do tempo, sua filha cuidadora anulou sua vida e a do marido para se dedicar a sua mãe. A senhora Silva se mudou de sua residência para a residência de sua filha cuidadora. Um belo dia um dos filhos da senhora Silva foi visita-la na residencia de sua irmã, a senhora Silva então perguntou-lhe sobre a sua antiga casa. Seu filho respondeu que iria vender o imóvel. Sua irmã ouvindo a conversa dise-lhe que não podia fazer isso por ser responsavel legalmente por sua mãe. Seu irmão então levantou-se do sofá e lhe deu um tapa no rosto dizendo que queria vender a casa da senhora Silva porque queria sua parte na herança. Naquele dia em diante, o filho da senhora Silva foi proibido de entrar na residência. Não demorou muito, cerca de 1 ano a senhora Silva esqueceu que tinha filhos. Para a satisfação de sua cuidadora, a sua residência continuaria lá até o dia de sua partida. Com o passar dos anos a doença avançava e sua filha e seu gênro se doavam mais. Sua filha mais velha sempre ia visita-la e ajudava de vez em quando financeiramente. Do diagnóstico da doença até a data de hoje se passaram 8 anos e neste período a senhora Silva teve 2 internações sem muitas complicações. Em uma delas para colocar uma sonda gástrica pois ela não se alimentava mais pela boca. Nessas internações seu outro filho, caçula dos homens, não foi visitá-la se quer um dia. No ano de 2010 a senhora Silva faleceu em casa na compania de sua cuidadora. Seu filho mais novo chegou no cemitério faltando pouco para o enterro e com uma semana da partida da senhora Silva o mesmo ja estava anunciando a venda do imóvel, motivado por sua parte na herança.