domingo, 6 de fevereiro de 2011

O dia-a-dia de uma cuidadora

Meu nome é Denise Louenço da Silva, tenho 47 anos e sou casada com o Paulo Cezar, 65 anos. Vou contar como era meu dia-a-dia de cuidadora de minha mãe com Alzheimer durante 8 anos.
Começava às 8 horas da manhã, eu e o Paulo a tirávamos da cama, colocávamos na cadeira higiênica e levávamos para o banheiro. Neste quarto onde ela ficava tinha 2 camas, uma dela e a outra onde o Paulo dormia e tomava conta e a virava durante a noite. Eu não dormia com ela, pois não tinha empregada nem cuidadora e no outro dia tinha minhas obrigações domesticas e os cuidados com minha mãe.
Depois do banho, passando sempre em seu corpo um hidratante alternando com óleo de girassol de supermercado, aquele usado em cozinha. Tinha um separado só para ela.
Colocávamos na cadeira de roda e eu a levava para o cômodo da casa em que eu estivesse. Todo dia, eu a dava um mamão papaia e depois uma papinha de café com leite e pão. Às 11:30 era o almoço, como ela não tinha problemas de saúde, comia de tudo. Mesmo ela não lembrando o que gostava de comer, eu procurava fazer, e sempre conversando, pois a mesma era um pouco lúcida.
Às 15:00 era hora de uma vitamina de frutas, sempre variando, e durante todo dia, muita água e suco. Às 17:00 outra papinha de café com leite e pão. Às 19:30 era a última refeição do dia que consistia numa sopinha variada. Fazíamos sua higiene bucal, sua medicação e às 21:00 ela estava pronta para dormir.
A doença avançou muito rápido, um dia tive de interná-la para colocação de uma sonda gástrica, pois ela já não comia mais e estava engasgando. O processo para mim foi muito tranquilo, a alimentação era comprada e introduzida na sonda por meio de equipo, nisso sua cama foi trocada pela hospitalar, pois ela já estava completamente dependente. Mesmo nessas condições, nós sempre a tirávamos da cama e a colocávamos na cadeira de rodas para evitar machucados e descansar do leito.
Deixo um apelo para todos os familiares que tenham doentes dependentes com alzheimer ou não, valorizem seus cuidadores, eles estão ali para fazerem o melhor. Aceitem suas sugestões, eu garanto que o que eles não souberem vão procurar aprender com o médico de seu familiar.

Abraço a todos,
Denise